Orisá
Orisa também é conhecido como Irunmole e Ebora, e para o grupo indigena yoruba são 400+1. Alguns Babalawo consideram que existam mais por causa do conhecimento e subjetividade que existem entre familias tradicionais, chegando a serem 601. Em algumas rezas isto é explicado: Igba irunmole ojukotun, ati iba irunmole ojukosi (Saudo os duzentos Orisa da direita e saudo os duzentos Orisa da esquerda). Isto mostra como esta concepção do mundo no Orun é um pouco complexo porque, Ifa já explicando através de seus versos que suas palavras vem em tom de parabolas. Saudar os duzentos da direta e também da esquerda nos concede saudar +1 que seria a força daquele ser humano que os cultua junto com outras energias aqui na terra. Vale revelar então que para alguns yoruba também, este 400+1 seriam aqueles sacerdotes ou sacerdotisas dirigidos de muita sabedoria e poder de vida. Como explicam alguns babalawo separando o Orun Oke (acima) e Orun Odo (abaixo), no primeiro existiram os 400+1 e no abaixo os ajogun (espiritos maus) que somam mais 200 formando o Okanlerinniwo irunmole, sendo que também é dito que eles são também considerados irunmole. Basta ver que Iku (morte) é obra prima de Olodumare (Deus). Para alguém entender mais, a energia de um Orisá é particularmente usada não para todas as coisas que necessitamos e sim, para condições específicas. Somente Ifá através do ebó pode englobar e pedir em certas ocasiões auxílios a determinados Orisa. Por isto é importante Ifá juntar-se com Orisa porque a energia fortifica aqueles necessitados e traz mais segurança aos adeptos, lembrando que alguns Orisa se iniciaram em Ifá para poder ter mais sabedoria, proteção e tranquilidade.
O ELEDÁ "Anjo da Guarda" não é "pai" ou "mãe" de uma pessoa, mas, na realidade, foi considerado um ancestral divinizado que teve uma vida significativa antes de sua morte e por essa relevância passou para o estado de OSA (Oxá) ou Orisa (Orixá). OSA significa costumbrismo. Eles servem para controlar e orientar os desejos de nosso Ori (cabeça, nossos pensamentos espirituais ou interiores). Esses ancestrais divinizados consideram modelos comportamentais que usamos como referência estereótipo para melhorar a qualidade humana, seguindo os seus padrões de comportamento e tentando incorporar em nossas vidas, boas obras, que pagam imposto de boa transcendental da comunidade.
Atualmente o Olosa (pessoas que são iniciadas no culto de um OSA em particular), incorretamente, é designado como: Omo Sango (Xango filho), Iemanjá Omo (filho de Yemaya), Omo Oxum (filho de Osun), etc.. Deve ser lembrado que pesquisadores, historiadores e profissionais, que, até final de 1970, os nossos avós e padrinhos não eram considerados filhos do OSA, mas seguidores dos Orisás.
O Ori escolhe de acordo com a necessidade o Orisá da pessoa. Se precisarmos exercer a função de curador, o Ori elege Osain (deus da medicina) e assim por diante.
São ancestrais divinizados africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. Cada orixá tem o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários.
Texto do Mestre
Altair de Ogun
Equívocos
Relacionados a “Qualidades de Òrìsà”
Segundo os conceitos Yorùbá, o Òrìsà
é uno, para eles não existem as tão chamadas “qualidades”
que temos aqui no Brasil. Lá, eles cultuam um òrìsà em cada casa separadamente.
Tendo casas, onde somente se iniciam filhos de Ògún; outras somente de Sòngó,
outras ainda, somente de Òòsààlà, e assim por diante, etc. Esses
rituais de iniciação são feitos no templo do òrìsà, onde fica um
assentamento comum a todos, chamado de Ojubo. Não existem igbá
individuais. Para eles, se for assentado
mais de um igbá, a força será divergida e dividida entre esses igbá. Ao passo que, se todos os rituais forem
feitos num único igbá ou ojubo, essas forças convergirão e se
somarão. Aumentado assim o àse
para a casa e para todos.
Ainda, nos festivais em louvor aos òrìsà,
quando da incorporação desses òrìsà, esta se fará num único filho, não
importando quem quer que seja. Então, numa multidão ninguém sabe quem será o
escolhido para incorporar aquele òrìsà. E quando isso acontece, todos os
demais filhos respeitam e aceitam aquele transe como o único; porque aquele foi
o filho escolhido pelo òrìsà para manifestar-se.
Ao virem para o Brasil como escravos os
nossos antepassados trouxeram consigo o culto aos òrìsà. E com o passar dos anos a religião foi se
enraizando aqui. E durante esses séculos
que se passaram, desde a chegada dos negros com sua religião até os dias atuais,
muitas coisas se perderam, tais como: rituais diversos e a própria língua
Africana Mãe, diluindo-se quase que totalmente atualmente, onde a grande
maioria das pessoas, da religião, não tem conhecimento da língua ritual. E isso ensejou uma série de equívocos, tais
como “qualidades de òrìsà”.
Alguns òrìsà que eram cultuados antigamente
e cujos cultos se perderam no tempo, em grande parte, pelo famigerado “segredo”,
que só serviu para nos legar uma grande dose de ignorância sobre a nossa
própria religião; perderam seus cultos individuais e passaram a serem cultuados
como espécies de outros òrìsà assemelhados. Como: no caso de Airá, que
não é qualidade de Sàngó; Ògunte, que não é
qualidade de Yemonja; Òpàrà, que não é qualidade de Òsún; Erìnle, que não é
qualidade de Òsóòsì; Sòrókè, que não é qualidade de Ògún; Gbálè
e Oníra, que não são qualidades de Oya; etc. Alguns desses òrìsà
tinham cultos semelhantes aos destes outros, então, o brasileiro os inseriu
como iguais e assim ficou. Ou que ainda é simplesmente um oríkì pelo
qual o òrìsà é chamado, e pelo desconhecimento da língua Yorùbá,
acabaram virando mais “qualidades”.
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